terça-feira, 4 de setembro de 2012

Chiaroscuro


Então, a menina sentou no canto direito da cama e chorou, porque passaria a vida inteira tentando provar que era humana.
Não metal, mas carbono.

Ela sangraria se fosse preciso, mas ninguém enxergaria. Ela morreria se fosse preciso, mas todos achariam que ela havia sido incinerada como uma máquina enferrujada que perdeu seu uso.
Chorava porque seu coração era um livro de capa preta, que parecia ser um conto de morte, mas ao abri-lo sentia-se o aroma fresco - e triste - da primavera.