quarta-feira, 12 de março de 2014

blackbirds

há poesias em outros céus que eu divido com os pássaros
há vento assonante de rima debaixo deste teto
tem tamanho certo pra esta camisa que eu visto
da mesma cor que a terceira cor desperta no canto mais direito deste olho esquerdo

há um conto em cada canto deste canto
há um chão pra cada parte que eu toco
tem gosto certo do tom mais-que-vermelho
da matiz do branco mais transparente do seu teto
da escuridão mais clara do translúcido noturno

há a estrela mais alta do alto do fundo do meu poço
há o brilho mais opaco da constelação ainda próxima
tem as gotas do chão que caem no céu de vasta vertigem
e os lábios dos pés que beijam o chão de nuvens rosadas

há o caos mais silencioso de braços de vento
e as mãos mais leves da pena mais pesada do pássaro mais revolto
há as janelas abertas para a parede de nós
e as portas fechadas para a garoa de dentro

e há sim

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