sábado, 7 de agosto de 2010

Rascunho


Levem o aço e o vinho à rainha da corte.
Ela ordena com graça e orgulho, autoridade e majestade. É triste.
Um bando de hipocrisias, sábado à noite: as bruxas saem para caçar.
A boca enregelada saboreia o gosto de sangue (seria uma sombra ou um personagem?)
O cheiro de cinzas me atrai (estão queimadas, prestes a abrasar ou enroladas em tabaco?)
Não tenho faro apurado, sou um inato, só reconheço aromas de frutas.
Enxergo quadrado em moldura azul – uma imagem em preto e branco.
Água quente para dores nos músculos, dancei e agora dói.
Eles sorriem e buscam impressionar, uma competição: qual é o cérebro mais prepotente?
Não me importo. A rainha deixou-me de aviso, deixou-me pedidos, deixou-me pavor.
Ela quer aço para queimar, aço para mutilar, ela tem raiva.
Quer vinho para saborear e degustar.
Para esconder o gosto de sangue, o gosto do corte, o gosto do amargo.
O anseio do ódio.

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