domingo, 20 de junho de 2010

Embriagados


Um bêbado põe-se à esquina
Em seu andar trôpego
Perseguindo, falho, sua sina
Para a força falta-lhe fôlego

A languidez rege seus passos
Como um maestro de tolices
Seu corpo produz tortos traços
Esbanjando trêmula esquisitice

Em pleno domingo modorrento
Embriagados caminham em desequilíbrio
Carregados e guiados pela leveza do vento
Passeiam num movimento febril

Corpos reservados à beira de calçadas
Figuras soltas no meio-fio de todos os homens
Indiferentes à rotina dos burocratas
Clamando piedade com tristes améns

Cornetas retumbantes perturbam seus ouvidos
Com seus sons propagados, lhes irritam.
Cores rosadas em teus rostos temidos
Fazem-lhes palhaços, enlouquecem e gritam

A garrafa em punho como uma espada
Como guerreiros de ferrenha batalha
Fazem-se de fortes, caem pela estrada
Buscam algum sentido ou algo que o valha?

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