terça-feira, 29 de junho de 2010

Sorte


E essa felicidade gosmenta que não se desgruda do conformado com o fracasso.
Anda me rondando nos últimos dias e hoje se confirmou de vez.
Inicialmente pude sentir a queda quando enxerguei todos os meus segredos estampados em um rosto – e não era o meu. Todas as minhas falhas latentes que guardei nos silêncios meus de todos os dias juntas ali, para qualquer um descobrir.
Eram meia dúzia de palavras sujas, um gosto peculiar e um interesse esquisito, agora claros como vidro.
Observar a situação foi a dose de realidade bruta que eu tanto buscara. E então, da tempestade inicial, fez-se a calmaria, renovada por um gosto mais sutil e mais terno, fácil e apaziguador. Eu estava feliz.
Pude ver a dança mais uma vez antes que fosse tarde demais. Fui aceita por algo que não merecia. Findei uma saudade. Mudaram-se as cores de um cabelo. Havia uma nova música. Eu subi em um pódio. Sou o pior dos melhores. Eu sorri, e não por desgosto.
Possuo uma nova definição de fortuna e nela, há uma observação que inclui: dois ou três parágrafos rabiscados em um canto de folha, um olhar complacente, cabelos ruivos e uma gota de suor.

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