quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Ervas Daninhas


Cada vez tenho mais certeza de que sou uma masoquista incurável. Quando me encaminhei para retirar as ervas daninhas de meu jardim, percebi com sensata surpresa que elas possuíam certo encanto. Diga-me se não é de certa graça essa significativa forma de vida que insiste em crescer em meio as flores mais belas? Não é de se admirar que esse incômodo que deveria ser tão insignificante persevera em continuar onde está?
Não acha que a existência dessas plantas invasoras faz com que as flores tentem ser mais esplêndidas e viçosas, em uma espécie de competição saudável? Não vê que eu não consigo arrancá-las, pois são elas que me permitem ter um variado jardim? Teria visto você em mim a mesma beleza excêntrica que vejo nesse estúpido verde que insiste em sobreviver? Chega a ser bruta a forma como elas continuam a melhorar meus dias, com a simples confiança de sua existência em meu jardim.
Vida a longa às ervas daninhas! (é, eu realmente devo gostar de padecer).

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