quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fighting For Peace


Preciso criar qualquer coisa de valor. Qualquer coisa que me permita transformar meus dedos e lápis em gatilhos de armas e que eu possa dispará-los, matando esse ponto agonizante. Matar essas possibilidades que insisto em não chamar de fatos e que continuam permeando meu interior distraído, embora toda a aflição tenha saído do peito e fluído para o cérebro com certa facilidade. É isso, não sinto mais – somente raciocino.
É isso mesmo? Este é o ilustre Senhor Conformismo? Ele, que fez o que sinto sair do peito e instalar-se no cérebro. Do sentir para o pensar, converti o “isso dói” em um simples “penso nisso”. A angústia é menor.
Contento-me com estas migalhas, mas única e exclusivamente porque eu tenho um pão inteiro escondido em meus bolsos.
(persisto adiando o corte final)
(melhorias em meu estado de espírito!)
(estoumelhor, estou me-lhor, estou-melhor, estou).
Estou. Criando. Re-criando. A. Mim. Sendo salva pelos rabiscos que fizeram em meus cadernos, pelos poemas anotados em folhas brancas e pelas expectativas que depositaram sobre meus esforços.
(cansei dos cantos tímidos e sorrateiros, eu só quero estar no centro, ei ei ei eu estou aqui, eu estou-)
Desvendando meus próprios escritos, achando algum sentido para meu subconsciente em uma fuga desesperada de tudo o que é real. Guerreando por sossego.
(quero o sossego do não sentir, misturado à inquietação de ser essencial em alguma coisa até que eu perceba que tudo isso não passaram de brutas tentativas desesperadas de ficar em paz).

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